A realidade dos
heterossexuais, dos gays, dos homossexuais e das lésbicas é mais do que uma
questão. São muitas questões.
Na
humanidade, desde que apareceu esta forma de desejo e de afeto, todos, sem
exceção de ninguém, tiveram que se posicionar. Este afeto existia. E não era
possível reduzir o fato à prostituição , desvio da natureza, ou sem vergonhice.
A maioria não
escolheu, desde a adolescência ou juventude enveredar em direção do mesmo
leito. Gostaram de uma pessoa do mesmo sexo e encontraram correspondência. Até
porque quem não sente desejos por alguém do mesmo sexo dificilmente compreende
o universo desses irmãos e irmãs. É outro outro tipo de afeto.
O drama dos pregadores
de religião é saber onde colocar o amor de Deus e do amor por Deus num coração
que absolutamente não sente, nem desejo, nem vontade de amar conjugalmente
alguém do outro sexo. Podem até dividir o mesmo espaço, a mesma mesa, mas não o
mesmo leito.
O que o Papa Francisco
e outros estudiosos de comportamento humano estão dizendo -e há centenas de
estudos sobre sexo, desejo e afeto- é que não se pode jogar todo mundo no mesmo
caldeirão ou balaio. A noção de pecado passa pelo querer, mas passa também pelo
diálogo e pela caridade.
Uma coisa é o que as
novelas e revistas sensacionalistas mostram, e outra é o que psicólogos e
sacerdotes sabem sobre a dor de amar sem poder amar ou amar sem querer amar.
Ninguém chega a
nenhuma conclusão socando comportamento nas pessoas. Houve quem optou por não
se entregar a tais afetos. E há muitos que decidem não lutar contra o que
sentem .
Os pregadores e
conselheiros precisam de bom conhecimento de Teologia Moral, de Psicologia e às
vezes de Psiquiatria porque muitos se desequilibram, tanto quanto héteros
também se desequilibram ao perder o homem ou a mulher desejada.
Não custa pedir ajuda
a quem sabe mais. Não são leprosos morais e Deus os ama, embora não concordemos
com sua maneira de amar. Mas quem disse que entendemos todas as dores de uma
alma? A nós que temos outra visão de sexualidade cabe dialogar se quiserem
diálogo. Se não quiserem mesmo assim não temos o direito de ferí-los.
Que eles saibam que
não pensamos do mesmo jeito, mas também que não seremos atiradores de pedras.
São nossos irmãos e irmãs que sabem que temos outro jeito de ver o afeto, o
amor e a vida.
Pe. José Fernandes de Oliveira, o Pe. Zezinho, é sacerdote da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (dehonianos). Cantor e compositor. Reside em Taubaté-SP.
Um texto autoexplicativo, indicado tanto para leigos quanto para doutores!
ResponderExcluir" A dor de amar sem poder amar ou amar sem querer amar."
ResponderExcluirÓtima citação, Júnior.
Ótimo texto!