segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Diante do vazio

        Há muitos momentos da vida que você com certeza deve ter se deparado com vazios existenciais, mesmo depois de passar por grandes sofrimentos e achar que então iria colher novos frutos.
            Somos acostumados a lidar com a dualidade Cruz e Ressurreição. Que sofremos muito, e logo após o sofrimento vem a bonança. Aí quando ocorrem as esperas, o vazio que nos angustia, não sabemos para onde correr. Mas um episódio bíblico pode nos ajudar a compreender esse fato.


        Lucas 20,11-18: “Maria estava junto ao sepulcro, de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para o interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar onde o corpo de Jesus fora colocado, um à cabeceira e outro aos pés.  Disseram-lhe então: ‘Mulher, por que choras?’ Ela lhes diz: ‘Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram!’  Dizendo isso, voltou-se e viu Jesus de pé. Mas não sabia que era Jesus.  Jesus lhe diz: ‘Mulher, por que choras? A quem procuras?’ Pensando ser ele o jardineiro, ela lhe diz: ‘Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar!’ Diz-lhe Jesus: ‘Maria!’. Voltando-se, ela lhe diz em hebraico: ‘Rabbuni!’, que quer dizer ‘Mestre’. Jesus lhe diz: ‘Não me retenhas, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso Deus’.  Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: ‘Vi o Senhor’, e as coisas que ele lhe disse”

            O texto fala de Madalena diante do túmulo. Uma espera rápida, mas que veio de 3 longos dias. 3 dias que foram uma eternidade. Quando se ama, a saudade é mais intensa. A ansiedade diante do vazio, do que viria a ser sua vida diante do Amor que talvez não existe mais.
            O talvez. Aprender a lidar com o talvez é um processo de constância. O talvez é o que nos deixa muitas vezes no vazio. Diante do túmulo, Maria Madalena ficou no talvez. Suas lágrimas quase ofuscaram a presença do Mestre que ali pertinho estava.



            Nossa dor é um processo. Começa na Cruz, sepulta-se no túmulo, mas é transformada pela Ressurreição. Somos seres da Ressurreição, não túmulos. Esses são para os mortos apenas, não para nós vivos, criados para o Amor.

2 comentários:

  1. Nahor teu blog e fantástico tuas matérias me ajudam muito! Deus me mandou até aqui naquela matéria sobre síndrome do pânico e através dela consegui me curar, pelo menos entender metade da minha história! Nunca deixe de escrever amigo!

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