A imagem da pessoa amada é tão forte que ela perdura mesmo
depois do término, do luto, do adeus. Por isso dissemos que nos apaixonamos
pela imagem de alguém do que propriamente pela pessoa. Amamos o que a pessoa
nos representa. A imagem é o ideal.
Pensemos
nos dois sentidos de imagem:
1) aquilo que aparece ser;
2) e no sentido literal
(fotos, etc.).
Quando conhecemos alguém,
percebemos primeiramente aquilo que aparece da pessoa: aparência física,
gestos, palavras. Tudo isso pode ser a pessoa como não pode ser. Lembrando que
tudo acaba sendo um ponto de vista, muitas vezes acabamos tendo uma percepção
tão pessoal, mas tão pessoal, que podemos ser cegados a ponto de não perceber
outros valores e/ou problemas que as pessoas podem nos mostrar.
As imagens
objetivas também possuem um poder extremo. Só conseguimos nos libertar de
alguém quando nos desapegamos da imagem dela. Quando falo imagem digo sim as
fotos, porta-retratos, etc. Das pessoas que aconselhei percebi que só
conseguiam uma libertação praticamente completa do seu antigo relacionamento
quando finalmente resolviam apagar as fotos das redes sociais, celular e
computadores. Um rompimento doloroso, que muitas vezes não quer ser feito, mas
que será necessário em um determinado momento.
Por que nos
apegamos tanto à imagem? A imagem é o ser que permanece. Por isso o catolicismo
possui em suas igrejas as imagens de santos, os hindus possuem estátuas de seus
deuses para simbolizar que eles ainda estão “vivos”. A imagem é isso: um
símbolo. O termo símbolo vem do grego
e significa “aquilo que une” (é o contrário da palavra diabo, originária do grego e que significa “aquilo que desune”).
Nosso psicológico se apega tanto à imagem da pessoa amada que leva um certo
tempo para desvencilhar-se dela. A imagem me faz unido à pessoa, faz dela
eterna. É um quadro bonito que pintei e não quero que se rasgue, pois o dia que
eu rasgar, terei que jogar fora para sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário