Nasceu no Rio de Janeiro-RJ (na
época Distrito Federal) em 21 de setembro de 1925, numa família de 4 irmãos.
Teve uma infância e juventude muito tranquila, sendo seu principal divertimento
frequentar praia e visitar museus e locais históricos. Seu pai tinha uma
indústria de tintas e sua mãe era do lar.
Com 18 anos de idade foi
convocado para o serviço militar (na época era menor de idade). Foi um choque
ser convocado, pois o Brasil estava em guerra com o Eixo. Foi se apresentar
numa unidade em Duque de Caxias, onde recebeu o uniforme e as primeiras
instruções (marcha, tiro, doutrinação militar). Foi transferido para um
batalhão de engenharia, em Triagem, onde havia vários catarinenses.
Posteriormente foi para um batalhão de guarda, na antiga avenida Pedro Livo.
Era um batalhão momentâneo a fim de distribuir as tropas.
Na rua São Francisco Xavier
estava pronto para o embarque o QG da Força Expedicionária Brasileira, e para
lá o jovem Ewaldo foi. Era dirigido pela 3ª sessão do Estado Maior, cujo chefe
era o então coronel Humberto de Alencar Castello Branco. Ficaram por ali alguns
meses organizando as funções e embarcaram em 2 julho de 1944 no 1º escalão. Mas
em vez de ir com o coronel Castello Branco, ele foi junto ao general Zenóbio da
Costa. Durante a viagem, o navio ia ziguezagueando para despistar possíveis
torpedeamentos alemães, e também eram feitos exercícios caso houvesse ataque, o
que assustavam muitos militares ali, pois era uma simulação real. Depois de 15
dias de navio, desembarcaram em Nápoles.
Para um jovem de 18 anos, vindo
da beleza do Rio de Janeiro, foi um choque ver a cidade de Nápoles praticamente
em ruínas, navios destruídos, incêndios. Os soldados foram para um terreno onde
havia um vulcão extinto, próximo ao porto, onde viam os outros navios chegando
e bombardeios dos alemães. Depois, foram de caminhão para Tenuta di San Rossore,
próximo à Pisa. Havia uma anedota que alemães vestiam-se de mulher para
infiltrar-se nos campos brasileiros e sequestrar soldados.
Ewaldo foi colocado à disposição
do general Zenóbio. Logo depois junta-se a eles o coronel Castello Branco com a
3ª sessão e o general Mascarenhas assume o comando geral da FEB, na 1ª Divisão
de Infantaria Expedicionária, tropa do QG, que ficava em Porreta Terme, na
região da Emilia Romanha. A função do sargento Ewaldo era registrar em mapas
todas as movimentações das tropas e as diretivas de combate. A FEB recebia as
orientações do 4º corpo do V Exército dos EUA. Foi ali em Porreta Terme que
nasce o famoso desenho da cobra fumando, emblema da Força Expedicionária
Brasileira. O próprio Ewaldo nos conta essa história (assista ao vídeo abaixo):
O QG fica em Porreta Terme até a
batalha de Monte Castelo ser finalizada (fevereiro de 1945); com o recuo dos
alemães, o QG é transferido várias vezes para várias localidades, até chegar em
Alessandria, onde ocuparam o local que tinha sido o comando alemão na Itália.
Sargento Ewaldo é o primeiro da direita para a esquerda |
Ficou marcado para o jovem Ewaldo
o clima de destruição e morte, e como trabalhava no QG, as constantes
informações sobre perdas de militares. Perdeu dois amigos que tinham acabado de
chegar do Rio em um bombardeio ao lado do QG.
Viveu no coração da guerra,
justamente pelo contato com os altos oficiais brasileiros e norte-americanos.
Segundo ele, os comandantes eram sérios e compenetrados na missão, somente o
major Luiz Mendes da Silva era mais comunicativo.
Após o retorno ao Brasil, durante
um passeio em São Paulo, foi indicado pelo major Luiz para ir até a Escola
Técnica de Aviação falar com o irmão dele. Acabou arranjando emprego e foi
trabalhar na sessão de manutenção das aeronaves. Depois, dois instrutores da
escola convidaram Ewaldo para trabalhar com eles numa firma de importação de
peças de automóvel. Nesse meio tempo conheceu sua esposa Nair Verzola (nascida
em 23 de maio de 1923 em Dobrada-SP), que era nutricionista no Hospital das
Clínicas de São Paulo. Tiveram 3 filhos: Ney, Elcio e Marcio. Reside no bairro
Jabaquara, em São Paulo.
Ewaldo e sua esposa Nair |
A
ele nossa gratidão por ter participado da luta pela democracia e liberdade dos
povos!
Meu sogro natural de Santa Cruz da Conceição e domiciliado em Pirassunga foi pra Itália. Costumava relembrar os tempos da guerra com olhos cheios d'água. Alguns de seus penterces, boina com botom da cobra fumando, mapa de Minte Castello, medalha e livrinho de orações estão com seus filhos. Ele viveu até início de 2000. Tenho algumas fotos dele como soldado e depois como veterano.
ResponderExcluirObrigado por sua coragem, seu coração verde e amarelo contagia o nosso!!
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