quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Estou em crise. Um dos culpados (além de mim mesmo, é claro!) é o papa!


O papa Francisco aprofundou minha crise. Não, esse artigo não é uma crítica ao papa. Pelo contrário, é um elogio a esse Pontífice maravilhoso e um desabafo pessoal. Entendem o que se passa.

Eu passei 5 anos da minha vida no seminário. Cursei Propedêutico, fiz a faculdade de Filosofia e cursei ainda 2 anos da faculdade de Teologia. Meu objetivo: ser padre. Saí do seminário exatamente no dia 15 de dezembro de 2007. Dei um tempo para mim, viver um pouco, ter uma experiência de trabalho, salário, vida de jovem.

Vivi muitas experiências: morei com amigos, morei sozinho, festas, mulheres, ganhei muito, dívidas, alegrias, tristezas, namorei firme, só fiquei... e por aí vai.

Sou professor desde o ano de 2008. Muitas alegrias, mas muitas tristezas. Não preciso aqui expor a desgraça que está o processo educacional pois todo mundo já sabe das coisas e ninguém faz nada pra mudar. Perdi, nos últimos meses, grande parte da fé na Educação.

Depois de uma experiência de 2 anos de namoro tive a certeza que deveria voltar para o seminário, apesar de todas as críticas que tinha à instituição, a Igreja é a Igreja e sempre quis serví-la como padre. A eleição do papa Francisco confirmou minhas concepções ao ver um papa preocupado com a questão social. Me sinto confiante para voltar. Fiz acompanhamento com os padres do Sagrado Coração de Jesus (dehonianos) para tal intento.

Agora vem o outro lado. Em 2012 fui candidato a vereador em Itajaí, recebendo 431 votos e fiquei como segundo suplente do PT. Apesar de sempre estar engajado na Igreja e a maioria dos meus apoiadores serem pessoas ligadas às pastorais, a participação da Igreja na minha campanha foi péssima. Até hoje existem católicos que não conseguem me encarar nos olhos de vergonha, por terem apoiado (por conveniência financeira) candidatos totalmente imorais e anti-éticos dentro dos princípios cristãos e católicos. Não que eu queria o apoio oficial da Igreja, mas senti que o católico se afastou da política totalmente.



O papa Francisco está fazendo o católico acordar quanto há isso. Já disse que o cristão deve se aproximar da política, protestar contra as injustiças, engajar-se no processo. Precisamos de políticos cristãos e de cristão comprometidos com a política.

Ou seja: além de me sentir confiante para voltar ao seminário, ao mesmo tempo me sinto confiante, nesse novo modus operanti da reflexão papal, de querer colocar na política valores que foram esquecidos. O papa mesmo já colocou que a política é a forma mais excelente para se fazer caridade, pois pensa no bem comum (quer ler Aristóteles confirma isso).

Ser padre? Tentar novamente ser candidato? Continuar a luta social na cidade? Casar (sim, apareceu uma pessoa muito, mas muito especial)? Fazer faculdade de Direito? Ser missionário? Continuar como professor, apesar de todas as dificuldades concernentes na Educação?

Viram como estou em uma grande crise? Só peço que, neste dia de Nossa Senhora das Graças, ela possa me ajudar a chegar nos braços de Jesus como seu servo fiel. Só quero ajudar Ele a construir Seu Reino. Justiça, liberdade, igualdade, solidariedade e Amor.


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