domingo, 17 de julho de 2011

Cidade de Deus e Cidade dos Homens



Trecho do discurso final do filme Santo Agostinho (1972)

"Vocês conhecem meu sofrimento por esta nossa sociedade cheia de injustiça em que a corrupção, a desordem, a violência, o amor pelo poder e pelo dinheiro cobriram de vergonha a dignidade dos homens, que perderam o conhecimento do que são, desde o início dos séculos, filhos de Deus e herdeiros do Paraíso. 'Mas os sofrimentos dessa vida", diz Paulo, 'não são comparáveis com a glória que um dia deverá palpitar em nós'. Sendo assim, não nos deixemos invadir por pensamentos carnais, o momento não é esse. O mundo foi sacudido, o velho homem, arrasado; a nossa carne, humilhada; até que a esperança viva e brilhe.Quando os pagãos nos disseram: Roma caiu por causa da sua fé, nós respondemos que a doutrina de Cristo não nos foi dada para acumularmos os bens da terra, mas para reformularmos a nossa vida e nos conduzirmos para os bens invisíveis.

Os reinos, os poderes e tudo o que lhes diz respeito são, na verdade como torrentes após a chuva, nascem, incham e se perdem no mar. Não são mais que o murmúrio entre dois silêncios. Enquanto o mundo treme e desaba, Cristo nos diz: 'Por que se abalar? Eu já havia predito isso. Surpreendem-se por que o mundo perece? È como se surpreendessem porque o homem envelhece. O mundo é como o homem, nasce, cresce, envelhece'. Que sua fé, portanto, se reaviva, porque Cristo veio ao mundo para recriá-los, enquanto tudo está se desfazendo. Não se recusem a rejuvenescer em Cristo. A natureza, viciada pelo pecado, gera os cidadãos da cidade terrena. A graça, que liberta a natureza do pecado, gera os cidadãos da cidade de Deus. Os primeiros, descendentes de Caim, envelhecem como os bens da Terra aos quais se apegaram. Os segundos, descendentes de Abel, são regenerados de idade em idade para que vivam na esperança da Pátria Celeste. É assim que dois amores geram duas cidades. O Amor de Deus gera Jerusalém. O amor por este mundo gera Babilônia. Que cada um de vocês se pergunte o que ama e descubrirá de que cidade é cidadão. Se descobrir que é cidadão da Babilônia, arranque do coração a cobiça. Se tiver a sorte de ser cidadão de Jerusalém, aceite sua escravidão e espere sua libertação próxima.

Não se surpreenda de ver que sobre a Terra, os justos e os infiéis estão juntos. Estão do mesmo modo como cresce na oliveira, tanto o que se rejeita, como o que se conserva, tanto o que se ama, como o que nos desagrada. Porque a história do mundo compreende tanto história do pecado, que é a dos condutores do império, como a história da Salvação que é a dos Patriarcas e dos Profetas.Os que não acreditam na igualdade logo deixarão suas riquezas como um sonho. Mas os que servem a Deus, possuirão a terra. A verdadeira Terra, a Jerusalém eterna. A iniqüidade é vã, é nula. Só a justiça é poderosa. A verdade poderá ficar temporariamente oculta, mas nunca poderá ser vencida. A iniqüidade poderá aflorar muitas vezes, mas triunfar, jamais! As cidades terrestres morrerão, mas a cidade de Deus está e estará eternamente na Sua Glória."

12 comentários:

  1. Maycon Lemos- Salesiano - 26 -- 2ºB

    podemos perceber que Santo agostinho, observa-va que o mundo estava sendo levado pelo dinheiro e riquezas e esquecendo de seus próprios princípios.
    o homem nasce, cresce e envelhece, mais sua fé em cristo jamis deve se acabar.lembra tambem que os bons e ruins estão juntos porem os que acreditam receberão a terra e os que não deixarão suas riquezas como sonhos.

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  2. Sto. Agostinho impôs essa dualidade com o objetivo de fazer com que as pessoas parassem de cometer o mal e mostrou também que o bem era o caminho/solução/salvação e que era também muito melhor que o mal. Vitória 2B (32)

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  3. Agostinho considera a filosofia praticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma.
    "Orgulho não é grandeza, mas inchaço. E o que está inchado parece grande, mas não é sadio." Santo Agostinho
    Catarina - n˚05 2˚B Salesiano

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  4. Santo agostinho no discurso tenta mostrar que a nossa a nossa realidade, sendo boa ou ruim depende de nós, pois se fizermos o bem, estaremos sob plena satisfação, tendo salvação e soluções para os possíveis problemas, também faz analogia com Deus, dizendo que Deus é o bem, e de fato, a salvação, logo, as pessoas deveriam parar de praticar o mal.
    Anna Karoline (03)- 2A

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  5. Sto. Agostinho diz que o mundo está sendo tomado pela injustiça, pela corrupção. O homem nasce, cresce e envelhece mas a fé em Deus nunca deve acabar porque de fato este é o Bem, a salvação. Ele diz que por mais que os justos e infiéis (Bem e Mal) estejam juntos, estão terão suas recompensas de acordo com a sua crença.

    Luis Henrique Baldi nº18 - 2ºA

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  6. Muito bom Nahor, adorei o modo como ele coloca a vida em Cristo, fantástico. O apelo que ele faz pelo bem, e para que as pessoas sejam e façam o bem é ímpar! Gostei dele falando sobre as coisas terrenas que se acabarão, e das celestiais que são eternas!!!! A dualidade está explícita na degradação do mal e vitória do bem. Porém, Sto Agostinho, diferente de Platão, não separa corpo e mente, pois como a Bíblia fala, importa que sejamos fiéis inteiramente!!!!!! Vivian 2ºA

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  7. Giuliana Cesário n°08 2°A7 de outubro de 2011 às 02:44

    Santo Agostinho retrata no discurso a vida que a sociedade esta levando atualmente, seja ela pela ambição ou simplesmente pela má fé dessas pessoas, não dando a mínima para os princípios de Deus. Uma oposição criada para entreter o público e ao mesmo tempo para conscientizá-los das injustiças que estão praticando, tendo como principal pensamento “o bem e o mal” e que somente quem busca pelo bem terá a salvação. Já Platão, busca por realidades muito diferentes, “o corpo, tendo uma aparência existente e a alma uma existência real e inteligível”.

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  8. Nesse relato, sto Agostinho diz que o mundo esta repleto de desigualdade, corrupçao e injustiça, onde o homem esta cada vez mais ligado a bens materiáis e quando ele for capar de querer igualdade, deixará suas riquesas."O homem nasce, cresce e envelhece", mas se continuar com fé sera salvo, quando a fé e a igualdade prevalecerem no mundo, as cidades terrestres deixarão de existir, nascendo assim, a cidade de Deus. Todos serão recompensados por Deus de acordo com sua crença.

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  9. Matheus Bernardes N°25 - 2 B

    No relato lido no blog, Santo Agostinho (1972), trás acontecimentos e fatos bíblicos com os atuais, trazendo todo o dualismo da sociedade interligando-o com a religiosidade.
    O bem e o mau, o céu e o inferno. A terra, o planeta dos homens, automaticamente do pecado e de toda imperfeição.
    Podemos então se basear em Santo Agostinho e resumir que nós, os pecadores, que vivemos entre o bem e o mal, temos a escolha dualista em meio a vida espiritual e a vida material, sendo o corpo em si o objeto de pecado.

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  10. Karine Abdo Leal Nº12 2ºC

    Santo Agostinho demonstra com muita clareza que a sua opnião em relação aos homens, é de pessoas corruptas, violentas, onde o amor é tomado pelo poder e pelo dinheiro. Relacionando o dualismo na relação Terra e o Paraíso; A Terra como sendo o lugar ruim, dos pecadores, os que matam e roubam sem ter vergonha, e o Paraiso como sendo o lado bom, as pessoas certas, justas e dignas! O ser humano vive no mundo em que a convivência é com o lado do bem e do mal, tendo que escolher de qual lado ficar, o espiritual ou o material.

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  11. ...santo agostinho é fera...viu longe...viu muito...

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