quinta-feira, 19 de março de 2015

São José e a moral do amor puro

         
          Quando lemos o texto de Mateus 1,18-25, principalmente o versículo 19, ficamos muito confusos e apreensivos:

           "José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la               em segredo"

           Numa primeira e superficial leitura, questiona-se o motivo de José querer abandonar Maria. Mas José evoca para si uma moral que precisamos interpretar o texto para compreender.
              O carpinteiro traz à tona uma lei do Deuteronônio, que encontra-se em 22,22-29. Ao pensar em abandonar Maria, na verdade, quer dar a entender à comunidade de Nazaré que ele a havia violentado e fugiu, salvando assim Maria de um possível apedrejamento caso a moça apareça grávida sendo prometida a ele (se Maria aparecesse grávida com o consentimento de José, as pessoas pensariam que eles mantiveram relações antes do casamento, e poderiam ser apedrejados. No contexto de uma sociedade machista, era bem capaz de somente Maria ser apedrejada por ter cometido a fornicação).
              Por que então José pensa em trazer a culpa só para si? É a moral do amor puro. José ama tanto Maria ao ponto de querer ludibriar a comunidade e salvar a moça, independente do que ela tenha feito (lembramos que até o anjo aparecer em sonho, José não sabia que o feto era fruto do Espírito Santo).
                 A atitude de José antecipa o que Paulo diz em I Cor 13, 7: "O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

                 Amamos as pessoas pelo que elas talvez fizeram ou pelo que elas SÃO?


7 comentários:

  1. Que lindo! Nunca vi a história por esse ponto de vista!

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  2. Amei o texto. Que São José possa ser sempre ser teu referencial nesta nova etapa da tua vida.Mari

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  3. Eu so nao gostei de chamar o Filho de Maria de "feto".

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    1. Caro(a) "Anônimo": Jesus, como também humano, passou por todos os momentos da vida desde a concepção, com exceção de ser concebido por um relacionamento sexual. Foi embrião, feto e então nasceu. Não dá nada de escandaloso ou ilógico nisso.

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  4. Eii! Ñ é crítica. Gostei mto do seu texto

    Sim, eu sei, vc sabe e acho que muitos sabem, que Jesus passou por este processo. Chamamos de União Hipostatica. , a união das duas naturezas : divina e humana do Filho.
    Eu sei tbem que vc é capaz de colocar um adjetivo mais teológico (para esta faze,digamos,da encarnação do Filho).

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  5. Eu ñ sou anônima. Eu sou Mari.É q escrevo de micro celular

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